sábado, 6 de dezembro de 2025

O Culto do Deus-Leão - Capítulo I – Chegada a Lorthel

 

Capítulo I – Chegada a Lorthel


O sol poente tingia os céus de Velen com tons de cobre e sangue quando os aventureiros avistaram, ao longe, as muralhas de Lorthel. A cidade erguia-se sobre uma colina, protegida por torres de vigia e por uma muralha de pedra escura, marcada por musgo e cicatrizes de batalhas antigas. O vento trazia o cheiro de fumaça e incenso, misturado ao odor de animais — bois e cavalos — que eram conduzidos para dentro dos portões.


À medida que se aproximavam, os viajantes notaram algo peculiar: quase todos os habitantes usavam amuletos em forma de cabeça de leão pendurados ao pescoço. Crianças brincavam com pequenas figuras de madeira esculpidas no mesmo formato, e até os guardas ostentavam o símbolo em seus escudos. O culto ao Deus-Leão Karveth não era apenas uma fé — era a identidade da cidade.

O Templo

No coração de Lorthel, erguia-se o Grande Templo de Karveth. Uma construção monumental de pedra branca, adornada com colunas douradas e vitrais que refletiam a luz do sol como fogo líquido. O portão principal era guardado por duas estátuas de leões em tamanho real, com olhos de ônix que pareciam vigiar cada visitante.

Atrás do templo, escondida sob o solo, havia a Arena Sagrada. O povo acreditava que ali o Deus-Leão se manifestava para julgar os pecadores e aceitar sacrifícios. Mas os aventureiros ainda não sabiam que, por trás das cortinas de fé, havia apenas um leão envelhecido e faminto, mantido em cativeiro para devorar vítimas humanas.

O Sacerdote Malrik

Ao entrarem no templo, foram recebidos pelo Sacerdote Malrik, um homem de meia-idade com túnica dourada e voz suave, mas firme. Seus olhos brilhavam com uma mistura de devoção e cálculo.

Malrik:
"Sejam bem-vindos, viajantes. O Deus-Leão protege aqueles que servem à sua vontade. Nosso guardião envelhece... e não podemos permitir que o povo veja fraqueza em sua divindade. Tragam-me um leão jovem, vivo, e serão generosamente recompensados. Mas lembrem-se: ninguém deve saber. O povo não compreenderia."

O sacerdote falava com eloquência, mas havia algo inquietante em sua postura. Ele não pedia — ordenava. E sua insistência em manter segredo levantava suspeitas.

 "O Deus-Leão exige vigor e juventude. Nosso guardião envelhece... e não podemos permitir que o povo veja fraqueza em sua divindade. Tragam-me um leão jovem, vivo, e serão generosamente recompensados. Mas lembrem-se: ninguém deve saber."

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