A Ultima Batalha
Os
Antigos contam que após a partida de Dorhomielzadak, uma grande tropa de
Kandors aportou nas praias que fazem divisa de Dorhom com Thur-Hurker e subiram
o rio Furis em direção as montanhas Turom. O destino final das tropas era o
deserto de Kuran. Logo os céus se encheram de dragões cromados comandados pelos
Kandors que voavam em direção à montanha do deserto, e morada de Kuran, Mon
Anon. Estava declarada a guerra dos Kandors contra Kuran. De alguma maneira os
Kandors passaram a acreditar que Kuran era uma grande ameaça e por isso
investiram contra ele como jamais haviam investido contra outro reino.
Kuran, como dizem, sempre foi um misterioso e
poderoso feiticeiro. Dizem que ele possuía contato com as criaturas abissais
conhecidas como filhos de Bël que viviam nas entranhas de Eralfa. Ele convocou
os cavaleiros de Decanyon-Ohdum famosos por se comunicarem com dragões e conseguirem
favores destas criaturas bestiais. Muitos dragões pereceram na batalha contra
os dragões cromados dos Kandors. Algumas raças draconianas foram extintas e
muito do ódio dos dragões por humanos surgiu naquela época devido aos dragões
culparem os homens pelo envolvimento deles contra os Kandors.
Os
Kandors avançavam por terra e céu destruído tudo no caminho com seus monstros
de metal jamais vistos antes. Naquela época havia muitas cidades dos homens do
deserto que eram reinados por Kuran.Daquelas cidades somente sobrou às ruínas
que existem até os dias de hoje.
Os
Kandors montaram acampamento nas bases das montanhas de Tol Abolsk e de lá
comandavam o cerco a Mon Anon. Todo o continente estava amedrontado devido à matança
provocada pelos Kandors que era assustadora. Muitos desacreditaram em Iévine, a
deusa defensora da vida, naqueles tempos. Enquanto alguns reinos e povos se
mantinham afastados dos conflitos, outros, mesmo sendo outrora inimigos de
Kuran, aliavam se ao feiticeiro contra os Kandors pois entendiam que se Kuran
caísse, eles seriam provavelmente os próximos a serem atacados.
O destino
da batalha parecia estar decretado. A derrota era eminente. Os dragões cromados
dos Kandors eram quase invencíveis pois não se cansava jamais. Ao contrário dos
dragões comuns, quando os dragões dos Kandors eram abatidos eles não sangravam
mas sim expeliam labaredas de fogo de suas entranhas. O deserto de Kuran estava
coberto de sangue e fogo. Todos acreditavam que Kuran estava prestes a se
render.
Súbito,
do sudoeste além-mar, viu se um grande clarão seguido de um grande estrondo.
Muitos acreditaram que os deuses desceram à Eralfa. Logo, uma imensa coluna de
fumaça negra subiu aos céus. Os Kandors caíram em desespero. Era como se todos
tivessem perdido algo muito precioso. Começaram a correrem em direção ao estrondo
abandonando seus postos e estratégias de guerra. Logo em seguida os dragões
cromados começaram a caírem dos céus como que abatidos por uma força invisível.
Vendo que
os Kandors corriam desesperados, os exércitos atacaram sem piedade matando
quase que todos os Kandors que mesmo diante da morte lamentavam não por suas
vidas mas sim por algo de maior importância para eles. Em seus olhares havia a
dor dos degredados.
Kuran se
encontrava no alto de um elevado. Ao seu lado estava seu servo e general Monl-noawbye
e ao fundo uma figura feminina os acompanhava como que se fosse um espectro,
vestida de negro e com um véu sobre o rosto.
_Ele
conseguiu..._ Sussurrou Kuran. Quawldren cumpriu seu destino.
_O que
faremos agora mestre? _Questionou o fiel servo ao seu mestre.
_ Você
ficará aqui e reerguerá meu reino. Eu tenho que cumprir uma promessa e quando
eu regressar, unificaremos todas as nações em um só reino sob meu comando.
Dito
isto, Kuran foi em direção a cinco homens semelhantes aos elfos porem de peles
bronzeadas e cabelos negros. O dorso nu mostrava figuras tatuadas na pele. Eram
cinco Rocnares. Misteriosos seres que habitam os desertos e possuem a
capacidade de teletransportarem se entre outras proezas.
Quando
Kuran e os cinco desapareceram em uma ventania que ergueu uma lufada de areia,
o vulto feminino que estava atrás de Monl-noawbye pareceu querer dizer algo mas
logo abaixou a cabeça e retornou em direção a Mon Anon.
Os anos
passaram. Os dragões cromados caídos foram cobertos pelas areias do deserto
deixando para trás apenas suas histórias que logo se tornaram lendas.Os Kandors
jamais retornaram com um exercito seja lá de onde quer que estejam.Os poucos
que ainda caminham pelo continente são temidos e perigosos pois agem escondidos
capturando e torturando pessoas desavisadas que porventura caiam em suas
garras. O que realmente aconteceu naquele sinistro dia ninguém jamais saberá.
Supõe se que Dorhomielzadak tenha chegado à morada dos Kandors e que o artefato
dado por Monl-noawbye ao anão Quawldren tenha sido utilizado como Kuran
previamente planejara.
Desde
então Kuran chamais foi visto novamente. Dizem que o deserto de Kuran é
governado atualmente por Monl-noawbye, servo de Kuran que aparentemente
descobriu um meio de viver até os dias de hoje.
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