Andivari puxou o arreio de sua montaria
parando ao sopé da colina. Olhou para cima como se tentasse calcular o quanto
ainda teria que cavalgar. No alto daquela colina ele tinha amigos. Talvez os
poucos que ainda lhe restavam. Batendo levemente os calcanhares em sua montaria
Andivari recomeçou sua cavalgada em direção ao cume da colina. Havia tempos que
não passava por aquelas bandas. Estivera ausente daquelas terras por muito
tempo.
_ Tempo demais! _Pensava ele
em seu íntimo. O rei ao que parece já não era tão atencioso com os homens do
campo. As cidades muradas eram exorbitantes em riquezas e fortemente defendidas
pelas tropas reais. Já o homem do campo sofria com o frio do inverno e os
constantes ataques dos Kranows, homens selvagens que viviam nas florestas
Delry e por vezes atravessavam as cordilheiras Truelay-Oni para atacar os
camponeses que viviam aos pés das cordilheiras. Era intrigante para Andivari
que o rei não se preocupasse com os camponeses. Pois era do trabalho intenso
deles que provinha o alimento de todo o reino.
“_São meros boatos Andivari. Não se preocupe com isso. A cordilheira
além de ser fortemente vigiada por meus homens é uma muralha natural contra
invasores. Os poucos caminhos que existem entre elas são vigiados pelos soldados
reais. Dizia o rei enquanto se lambuzava com uma porção de frutas vermelhas.”
Andivari soube que aquilo
não correspondia à verdade. Por muitas vezes os homens contratados para vigiar
o sopé da cordilheira abandonavam seus postos para irem beber em alguma taverna
próxima. Desviando seus pensamentos de coisas mórbidas, Andivari lembrou-se de
um amigo que morava por aquelas paragens. Na verdade um garoto que Andivari
auxiliara quando este se tornou órfão de forma trágica. “_Será bom rever o
jovem Vladislav. Espero que ele tenha superado seus traumas” _Pensava Andivari
quase chegando ao alto da colina onde se encontrava uma pequena cabana de palha.
A cabana de palha era
antiga, mas bem cuidada. Sua frente estava caprichosamente bem varrida e nos
fundos havia uma pequena varanda onde ficava uma cadeira de balanço rudimentar.
Mas adiante, no fundo do terreno, debaixo de uma grande arvore, havia uma
dezena de bonecos de palha para o treinamento de tiro ao alvo e de esgrima. Ao
lado sul da cabana ficava enormes pilhas de madeiras para a utilização em
diversos ofícios da região. A mais comum era a utilização dos troncos em fornos
das forjas dos ferreiros.
Andivari amarrou seu cavalo
junto aos bonecos de palhas debaixo da espessa arvore e ficou debaixo da varanda
ao fundo da casa esperando. O tempo estava nublado e logo uma forte chuva
começou a cair. Andivari ouviu quando alguém chegou e entrou na cabana
trancando a porta logo em seguida. Ao olhar pela janela viu que era Vladislav.
O rapaz havia encorpado e agora parecia um soldado dos “Águias Rubras”, a
guarda dos caminhos ocultos da cordilheira. Andivari resolveu testar o jovem.
Bateu na porta e se escondeu na parede ao lado da cabana. Logo um jovem loiro,
com os cabelos longos ainda escorrendo por causa da chuva abriu a porta e olhou
para os lados procurando encontrar alguém. Não encontrando ninguém, Vladislav
retornou para dentro da cabana com o semblante transtornado.
Andivari |
Incitado por um espírito brincalhão, Andivari
repetiu esse trote por duas vezes, sempre se escondendo quando o já nervoso
Vladislav atendia. Na terceira vez Vladislav já saíra praguejando. Armado com
uma espada curta. Vladislav podia jurar que aquilo era obra dos garotos da
fazenda ao lado. Mas já estava irritado. Quando viu um pedaço do pé de Andivari
aparecer na lateral da cabana, percebeu uma parte da armadura e deu por si que
não se tratava dos filhos do fazendeiro e sim de soldados. Soldados que
poderiam estar querendo sua morte.
Como um raio Vladislav pulou
em direção ao individuo escondido atrás da parede da cabana. Contudo o
individuo agarrou seu pulso e lançou seu corpo ao chão ao mesmo tempo em que
desvencilhava sua espada curta das mãos. Ao cair de cara no chão molhado
Vladislav estava com o orgulho mais ferido do que o corpo. Ergueu-se
rapidamente e deparou com um homem alto de longos cabelos loiros e barba por
fazer. Possuía uma espada montante nas costas, mas estava posicionado como quem
se prepara para um duelo corpo a corpo. Sem pestanejar muito, jogou o corpo
para cima do adversário que caiu ao chão. Os dois rolaram sobre a lama até que
um golpe forte desequilibrou Vladislav e logo seu agressor o estava subjugando
com uma chave de braço apertada em volta de seu pescoço.
“_Aceitas a tua derrota meu
jovem?” _ Perguntou o seu agressor com sorriso nos lábios.
_Que cria de Bêl, é você? E
o que queres comigo?_ Perguntou esbravejando Vladislav.
_Acalma rapaz. Não me
reconheces? Sou um amigo. Queria apenas relembrar os bons dias de treino
intenso nas artes marciais dos povos de Inrisky. _Falou Andivari afrouxando o
braço no pescoço de Vladislav. Quando Vladislav acalmou-se e olhou para o homem
a quem havia enfrentado tão ferozmente alguns segundos atrás. Reconheceu por
detrás daquele cabelo molhado e dourado os olhos verdes cinzentos de seu mestre
de combates.
_Andivari?!? Quanto
tempo...? Pensei que tinhas perecido na batalha de “areias profundas”.
_Não meu caro. Seria preciso
mais do que uma horda de orcs para tirar-me de cena. Fato é que eu me afastei
da vida de soldado. Pretendo agora desfrutar de meus ganhos e rever os amigos.
Percebi que ainda perpetras as artes de combate, mas está enferrujado meu caro.
Pelo visto cheguei em boa hora. Agora levante se e me ofereças o aconchego de
tua cabana para aquecer meus ossos. Essa chuva está deveras gélida como a
morte.
Os dois amigos adentraram na
cabana e conversaram durante quase toda noite. Andivari percebeu que o pobre
Vladislav ainda sofria com sua mania de perseguição. Sempre falava algo sobre a
morte vir busca-lo. O trauma de ter sido o único sobrevivente de sua família a
sobreviver a um ataque bárbaro ainda o consumia. Mas foi bom ver que por fim,
algumas vezes, Vladislav esboçava um sorriso.
_Vamos dormir amigo. Pela
manhã visitaremos um antigo amigo que mora colina acima. Aroc é seu nome. Talvez
você já tenha ouvido falar dele.
_Sim. Aroc, o ferreiro. Pai do falecido Gayo.
_Gayo faleceu? Perguntou
Andivari com espanto.
_ Há três invernos atrás.
_Falou Vladislav._ Mais uma vitima dos ataques bárbaros dos homens sem lei da
colina. Eu e alguns fazendeiros locais fomos socorrê-los, mas quando chegamos à
fatalidade já havia ocorrido. O jovem Gayo morreu como um verdadeiro guerreiro.
Defendendo sua família. Ele só tinha quinze anos. _Uma tristeza começou a se
abater sobre Vladislav. Foi quando
Andivari ao notar sua melancolia disse:
_Durma meu amigo. Amanha
reveremos o velho Aroc. Se bem me lembro, ele tinha uma linda filha... como era
mesmo o nome da garotinha?
_Verbena. _Completou
Vladislav enquanto se ajeitava no saco de dormir perto da lareira e caia no
sono.
Logo Andivari estava apenas
ouvindo o crepitar vindo do fogo na lareira. Pensava intrigado. “_Por que Aroc
me pediu para treinar um aspirante a cavaleiro se o seu filho está morto?”
Continua...
Andivari
Guerreiro_ Nível_8_
CON 15 , FR 18, DEX 12, AGI 16, INT 12,WILL 11, CAR 13, PER 13.
Ataques
[1], IP 5, (armadura), PV 25.
Perícias: Disfarce 36%, Esquiva
25%, Escutar 30% Arrombamento 44%, Montarias 40%, Rastreio 35%,
Armadilhas 42%,Camuflagem 44%, Herbalismo 30%, História 35%,Furtividade 40%, liderança 30%, Sobrevivência(selva)25% (Montanha) 32% ,
Empatia 44%, Interrogatório 59%,
Intimidação 45%, Liderança 44%,
Espada Longa 55/50, Dano 1D10+2(Bônus de Força)
Arco 30/0 Dano 1d8+2 (Bônus de força),
Machado de Guerra 35/30
.Faca 35/30
Briga 50/30
Aprimoramentos:
"..Homens selvagens que vivem nas florestas Delry"
ResponderExcluirresumindo, são uns dos muitos clãs selvagens que vivem nas florestas e montanhas do continente vermelho.
bacana
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