O fantasma de fogo
Do alto de uma árvore o jovem silberiano
observava a movimentação na estrada abaixo. Era a chegada dos caçadores com o
resultado de uma semana de caça. Eleshy não via à hora de reencontrar com seu
pai, o chefe dos caçadores. Eleshy pulou de um galho ao outro
com velocidade felina. Agarrando-se a um galho com sua cauda e rodopiando no ar
se deixou cair em queda livre em direção ao chão detento à queda apenas no
último segundo arranhando o tronco da árvore com suas garras afiadas no
processo.
O jovem silberiano atravessou o pequeno vale
verdejante em poucos segundos. Seus pulos largos demonstravam toda sua
juventude silberiana.
_Pai,... Pai! Como foi a caçada? _Perguntava
o jovem ansioso. O pai do garoto apenas o encarou com um olhar de reprovação.
Foi quando o garoto silberiano se deu conta dos fatos. Todos os caçadores
estavam em pesaroso silêncio. Dentre eles estava Kwoshy, um reconhecido
caçador. Seu braço continuava sangrando mesmo enfaixado por um retalho de pano.
Ao entardecer, o jovem Eleshy, que
havia esperado ansioso perto do salão de cura durante o dia todo, viera, a
saber, do ocorrido. Os caçadores haviam ido caçar perto das montanhas Ohdun.
Estavam bem próximos do caminho que leva ao “cemitério dos gatos” quando uma
névoa escura cobriu tudo ao redor deles. Todos se juntaram em circulo, um de
costas para o outro e aguardaram em posição de combate. Foi quando de repente,
do meio do nevoeiro, surgiu um silberiano montado num squala (Squala é um animal parecido com o avestruz porem com
características reptilianas. Os silberianos treinam esses animais para serem
montarias de combate). Seu corpo era flamejante como se tivesse em constante
combustão. Ele veio em direção aos caçadores e seu rosto parecia estar em terrível
agonia. Seu grito era uma voz suplicante e lamentosa, contudo, em sua mão
estava uma espada de aço em brasa viva. Todos estavam pavorosos com a terrível
aparição e somente quando a criatura desferiu um golpe no braço de Kwoshy é que
eles despertaram para o ataque. As investidas da criatura se repetiram por
varias vezes e nenhum golpe do grupo de caçadores parecia ferir a lamuriosa
criatura. Nem mesmo as flechas certeiras de Washy, o ponta d’alma, pareciam
surtir efeito.
Ao cair à noite, no segundo período
de Erius,Kwoshy feio a falecer consumido por uma febre demoníaca. A ferida por
si só não parecia grave, mas os curandeiros disseram que forças maiores o
haviam levado.
Eleshy não pode deixar de notar o
triste lamentar de Jéschy, a filha de Kwoshy. Eram ensinados a aceitarem a
morte desde cedo, mas ninguém estava preparado para quando ela visitava sem o
menor aviso. Principalmente em tempos de paz como aqueles dias.
Eleshy
encontrou seu pai pensativo em cima de uma pedra no penhasco dos observadores. Eleshy
viu que seu pai estava perdido em devaneios e não quis incomodar. Apenas sentou
ao seu lado e ficou observando a vista diante deles que era fabulosa. A
imensidão do mar revoltoso refletindo as duas luas produzindo um colorido
vermelho-azulado em suas águas.
“_Era Nyglan,
tenho certeza de que era... mas... não poderia... ou poderia?”Resmungou para si mesmo o pai de
Eleshy.
_O
que disse pai? Perguntou o filho preocupado.
_Não
é nada meu filho. Filho..._dizia o pai respirando fundo como se tomasse folego
para uma árdua tarefa. ...você conhece o templo de Cunomn certo?
_Claro
pai. É onde o deus Cunomn, o observador, desce e nos traz moedas para a nossa
economia prosperar e podermos compartilhar entre nós os frutos de nossos trabalhos
de forma organizada. As primeiras moedas foram dadas aos sacerdotes de Cunomn
para serem distribuídas para o povo sob a responsabilidade do chakar.
_Vejo que você prestou bastante
atenção nas estórias do bom Jerlmy, hein?!
_As
estórias dele são verdadeiras lições sobre nossa história. Ele fala de nossos
antepassad...
_O
bom Jerlmy nem sempre é fiel aos fatos... _interrompeu o pai.
...não
o leve a mal. Em breve ele terá que fazer a jornada e nesses tempos de paz
contar estórias é sua forma de aguardar o dia de sua última jornada.
...Você
já viu uma arma de aço, filho?
_Já
sim. Respondeu o jovem com tom animado como que revela uma proeza feita para
seu pai. ...Certa vez vi uma caravana de homens de markden e alguns deles
possuíam aquelas espadas brilhantes e afiadas.
_Pois
bem. _disse o pai. Vou lhe contar uma história e quero que você guarde segredo
sobre ela, tudo bem?
_Pode
contar pai. Prometo que será segredo sagrado.
“_Bom, no
principio de nosso povo, quando os primeiros silberianos povoaram as
florestas de Goath, o único povo humano com o qual tínhamos contato eram os
markden como tem sido até os dias de hoje. Embora aquela época fosse muito mais
frequente. Os markdenos queriam explorar nossas terras e vendo eles que não
permitiríamos nos fizeram uma proposta em troca de ouro prata e ferro. Eles nos
ensinaram o poder de fundir metais.Contudo tal prática era muito perigosa para
nós, pois tínhamos que manipular o fogo, nosso maior temor desde tempos
imemoriais. Contudo apesar de não termos levado adiante a ideia de forjar itens
de metal de maior tamanho, reunimos os mais corajosos entre nós e construímos o
templo de Cunomn. Esses corajosos que foram reunidos se tornaram os primeiros
sacerdotes de Cunomn, os forjadores de moedas. Foi assim por muitos anos e tem
sido assim até os dias de hoje, mas foi com Nyglan, o ousado, que a história
deixou uma trágica marca em nosso povo.
Nyglan era um
bom sacerdote de Cunomn. Forjava as mais belas moedas para o chakar. Contudo
sua coragem e ousadia eram conhecidas por todos. Chegava a ser loucura. Nyglan
até tentou conseguir autorização do chakar para forjar armas de metal. Pregava
para todos os avanços e as maravilhas do metal fundido. Com a recusa do chakar
Nyglan o desafiou para um duelo. Os outros chakars, vendo que era uma
rivalidade pessoal, consentiram o combate e juraram não interferir.
O combate foi
no vale da vitória, aos pés da montanha Organ. O chakar portava seu machado de
osso e Nyglan, surpreendendo a todos apareceu com uma lamina markdena, feita em
aço genuíno. Nyglan venceu o chakar matando-o com um golpe certeiro na cabeça.
Naquela mesma
noite, investido dos poderes políticos de chakar, ordenou a criação de uma
forja maior no templo de Cunomn. Quando a forja ficou pronta ele deu inicio ao
seu empreendimento. O fogo crestava as paredes do salão. O calor amedrontava os
outros sacerdotes, mas nos olhos de Nyglan, uma obsessão louca brilhava. O
metal enrijecido logo começou a derreter como gelo ao brilho forte de Álax ao
nascer do dia. Nyglan não percebeu quando uma pequena fagulha levantou-se ao
movimentar do vento e caiu sobre seu ombro. A pequena fagulha chamuscou seu
pelo e logo alastrou sobre seu corpo. Em desespero, Nyglan derrubou o
equipamento da forja e o fogo ateou rapidamente pelo salão. Os sacerdotes
fugiram amedrontados pelo fogo ignorando os gritos de desespero de Nyglan. Logo
todo o templo estava em chamas propiciando um cenário de terror para todo o
povo que observava de longe. Quando menos se esperava, Nyglan saiu de dentro do
templo em chamas, correndo com o corpo todo coberto pelo fogo, e gritando
palavras inteligíveis, abriu caminho por entre a multidão correndo em direção à
floresta. Em seu caminho deixou um rastro de fogo que se espalhou por grande
parte da mata queimando muito da vegetação ao redor. O corpo de Nyglan jamais
foi encontrado. Ao término do incêndio, os sacerdotes decidiram morrer em
ritual para por fim a vergonha de terem fugido do templo. Todos respeitaram
suas decisões.”
O
jovem silberiano olhava para seu pai com olhos regalados...
_Quando
aquela criatura apareceu..._falava o pai. ...por um momento eu pensei estar
diante de Nyglan. O mesmo Nyglan do qual ouvi falar em minha juventude.
_Será
pai? _perguntou o jovem Eleshy.
_Acredito
que seja só um devaneio meu, meu filho. Amanhã irei junto com o grupo de
guerreiros e investigaremos o ocorrido.
Os
dois agora fitavam o mar revolto no horizonte.
_Pai?...
_Sim,
filho...
_Tome
cuidado!
_Pode
deixar meu filho.
FIM.
Por
Fabiano Enoque
Caçador de Silber-Gor
CON 11-17, FR 11-19, DEX 16-22, AGI 17-23, INT12-16,WILL
12-18, CAR 09-15, PER 14-18.
Ataques
[2], IP 0, (ou de armadura de
couro [2]), PV11-21.
Perícias:
Camuflagem35%,Disfarce 20%, Esquiva
25%, Escutar30%, Montarias 15%, Rastreio 35%,
Armadilhas 35%,Furtividade 40%, liderança 30%, Sobrevivência (selva) 55%,
Intimidação 30%, herbalismo 20%.
Espada
de osso30/30, Arco40/_, Rede de caça35/_.Faca 20/20.
Garras30/10dano1
D3+bônus
Aprimoramentos: Medo de fogo (negativo); -1pt. Senso de direção; 1p ;Sentidos aguçados (visão e audição); 2pts. Pontos heroicos; 3pts.
Cara tenho que escrever uma estoria para Eralfa afinal de contas tenho um pedacinho deste mundo, kkkk.
ResponderExcluirserá bem vindo brother!
ExcluirSerá muito bem vindo brother... passando pela aprovação dos deuses...eu kkkk eu publico!
Excluirmuito bom
ResponderExcluirLegal cara, muito bom mesmo! Agora já sei a primeira coisa que vou usar em Eralfa: um squalla como montaria!!!
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