sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Máscara Invicta_ Terceira Parte.


   A Máscara Invicta

III Parte.
Por Eduardo Motta.
        E o homem abaixou se para beber água no pequeno regato que corria por entre as rochas. Os raios de sol sobre as águas criavam um lindo cenário. Toda a natureza parecia estar em festa. Uma festa a qual não o convidaram. Estava nu e coberto de sujeira. Seu reflexo na água era horrível. Não sabia onde estava, mas, pressentiu que andara muito pela noite. Havia lembranças de gritos em sua mente. Tochas, sim. Lembrava-se delas. Havia também sangue, porem não se machucara. Pelo menos a “Cria de Bël” havia ficado longe. Onde ele estaria? Talvez preparasse mais alguma ignomia, não se importava ao menos não estava ali.
        O homem lavou-se no regato e seguiu em meio às árvores. Não tinha o que vestir mais ali ninguém o veria. “_Logo a noite cairá.” Pensou. Não tinha medo da noite, mas sabia que era quando a cria de Bël vinha.
        Ele vagou sem rumo por várias horas até que seus pés atritaram sobre algo.
_Por favor, não! Ele exclamou. Abaixo de seus pés, lá estava à criatura, seu rosto projetando para fora do solo.
_Não! Gritou outra vez, mas agora se ouvia aquela voz:
_Mate-os. Todos. Dizia.
        Era horrível. Não era humano.
_Não! Gritou mais uma vez
“_Ele está lá! A criatura está lá”. Ouvia as vozes. “_Matem-no”.
_Não! Por favor, me deixem. Não sou Cria de Bël, não estão vendo?
        Mas eles não viam. Tacavam pedras, tochas,... Isso machucava e a criatura ao seu lado ria dele. Ele caía sobre o chão, ninguém o ajudava. Uma lança perfurou-lhe as costas.
        _Nãããão! Gritava mas ninguém se importava. Então aquele olhar encontrava o seu olhar. “_Mate a todos!” Dizia a criatura e ele já não estava ali. Gritos preencheram a noite. As lanças se partiram. As pedras já não havia quem as lançassem. O chão cobriu-se de sangue e as tochas se apagaram...
_Oh Iévine, nãããããooo! O homem gritava e se debatia. A criatura erguia seus troféus, membros humanos. Ele não queria ver...
        Sobre o solo o homem se debatia parecendo lutar contra algo que só ele via. Ainda não havia chegado à noite, contudo, logo a criatura estaria ali.